A atividade mental que o espírito executa para achar a relação entre duas noções, ou ideias, chama-se julgar. Donde julgar é formar juízos ou fazer afirmações. A expressão verbal é a PROPOSIÇÃO.
PROPOSIÇÃO: do latim: pro= ante, e pono = ponho, é etimologicamente = por perante a alguém, em forma verbal, o ato intelectual que se chama juízo; logicamanete, é a expressão verbal do juízo.
Ela é de forma indicativa (informa uma visão de mundo) , categórica ou condicional. Ela é afirmação da conveniência ou desconveniência entre dois termos que expresssam asnoções de juízo, donde a expressão verbal compõem-se de dois termos e do verbo que os relaciona, atribuindo a um deles o conteúdo do outro.
O termo da proposicão, do qual se afirma alguma coisa, chama-se sujeito; e o que indica o que se afirma do sujeito chama-se predicado.
Os termos da proposição constituem a materia e o verbo é a forma da proposição.
CLASSIFICAÇÃO (categorias) DAS PROPOSIÇÕES
1. QUANTIDADE
- UNIVERSAIS: quando o predicado é atribuído à extensão total do sujeito, (Todos os S são P) ou (Nenhum S é P).
- PARTICULARES: uma parte da extensão do sujeito, (Alguns S são P) ou (Alguns S não são P).
- SINGULARES: único indivíduo, (Este S é P) ou (Este S não é P). Quando o predicado se refere à extensão total do sujeito, (Todos os S são P) ou (Nenhum S é P).
2. QUALIDADE
- AFIRMATIVAS: as que atribuem alguma coisa a um sujeito: S é P.
- NEGATIVAS: as que separam o sujeito de alguma coisa: S não é P.
3. QUANTO A RELAÇÃO
- CONTRADITÓRIAS: quando temos o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma das proposições é universal afirmativa (Todos os S são P) e a outra é particular negativa (Alguns S não são P); ou quando se tem uma universal negativa (Nenhum S é P) e uma particular afirmativa (Alguns S são P).
- CONTRÁRIAS: quando, tendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma das proposições é universal afirmativa (Todo S é P) e a outra é universal negativa (Nenhum S é P); ou quando uma das proposições é particular afirmativa (Alguns S são P) e a outra é particular negativa (Alguns S não são P).
- SUBALTERNAS: quando uma universal afirmativa subordina uma particular afirmativa de mesmo sujeito e predicado, ou quando uma universal negativa subordina uma particular negativa de mesmo sujeito e predicado.
A PROPOSIÇÃO: designação simbólica.
A tábua de oposições, também chamado quadrado lógico ou quadrado dos opostos, é um artifício didático que indica as relações lógicas fundamentais.
Na Lógica, para fins práticos, desígnam-se quatro combinações das proposições pelos símbolos: A, E, I, O.
A - universal afirmativa (Todo homem é mortal)
E - universal negativa (Nenhum homem é mortal)
I - particular afirmativa (Algum homem é mortal)
O - particular negativa (Algum homem não é mortal)
PROPOSIÇÃO - quanto a Relação de Oposição.
Podemos entender a Oposição como o processo lógico pelo qual se deduz imediatamente da verdade ou falsidade de uma proposição, a verdade ou falsidade de outra proposição oposta.
Duas proposições são opostas, quando, tendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, variam, entretanto, em: quantidade, em qualidade, ou ambas - a saber:
A – Todos os leões são carnívoros.
E – Todos os leões não são carnívoros.
I - Alguns leões são carnívoros.
O - Alguns leões não são carnívoros.
Comparadas duas a duas estas proposições, verifica-se:
- quando comparadas as proposições variam em quantidade, conservando a mesma qualidade, como aconteceria se comparássemos as proposições A e I, ou E e O, chamam-se subalternas;
- quando variam só em qualidade conservando a mesma quantidade, como no caso da comparação A e E, ou I e O, chamam-se contrárias (se ambas universais), e sub-contrárias (se são particulares); e,
- quando variam tanto em quantidade como em qualidade, tais como A e O, ou E e I, dizem-se contraditórias.
Então, a oposição se dá de quatro modos:
1 - subalternação
2 - contrariedade
3 - Sub-contrariedade
4 – contraditoriedade.
Vejamos as regras da oposição:
1. SUBALTERNAS:
- Da verdade da Proposição Universal, segue-se a Verdade da Particular, mas não vice- versa.
Exemplo: Da verdade da proposição A – “Todos os homens são mortais”. , segue-se a verdade da subalterna I – “Alguns homens são mortais”.;
entretanto, da verdade da Particular O – “Alguns Homens não são justos”. Não se segue a verdade da subalterna E – “Nenhum homem é justo”.
Exemplo: Da verdade da proposição A – “Todos os homens são mortais”. , segue-se a verdade da subalterna I – “Alguns homens são mortais”.;
entretanto, da verdade da Particular O – “Alguns Homens não são justos”. Não se segue a verdade da subalterna E – “Nenhum homem é justo”.
- da falsidade particular, segue-se da falsidade da universal, mas não vice-versa.
Exemplo: falsa a proposição I – “Alguns morcegos são pássaros”, segue-se a falsidade da proposição A- “Todos os morcegos são pássaros”; falsa, porém a universal - “Todos os homens são sábios”, não necessariamente será falsa a subalterna particular – “Algum homem é sábio”.
Exemplo: falsa a proposição I – “Alguns morcegos são pássaros”, segue-se a falsidade da proposição A- “Todos os morcegos são pássaros”; falsa, porém a universal - “Todos os homens são sábios”, não necessariamente será falsa a subalterna particular – “Algum homem é sábio”.
2. CONTRÁRIAS
- da verdade de uma, segue-se necessariamente a falsidade da outra; ambas não podem ser verdadeiras.
Exemplo: Da verdade da proposição A – “Deus é bom, segue-se necessariamente a falsidade da contrária E – “Deus não é bom”.
- da falsidade de uma não se pode concluir a verdade da outra; ambas podem ser falsas.
Exemplo: A - “ Todo o homem é honesto” e E – “Nenhum homem é honesto”. Ambas falsas.
3. SUB-CONTRÁRIAS
- da falsidade de uma, segue-se a verdade de outra; ambas podem ser falsas.
Exemplo: da falsidade da sub-contrária I – “Algum homem é infalível”, segue-se a verdade da sub-contrária O – “Algum homem não é infalível”.
- da verdade de uma não se pode concluir a falsidade da outra; ambas podem ser verdadeiras.
Exemplo: “Alguns homens são cristãos” – I e “Alguns homens não são cristãos” – O. Ambas verdadeiras.
4. CONTRADITÓRIAS
- da verdade de uma das contraditórias, segue-se necessariamente a falsidade da outra; ambas não podem ser verdadeiras.
Exemplo: verdadeira a proposição A – “Os esquilos são roedores”, é necessariamente falsa a sua contraditória O – “Alguns não são roedores”.
- da falsidade de uma das contraditórias, segue-se a verdade da outra; ambas não podem ser falsas.
Exemplo: Falsa a Universal E – “Nenhum livro é mau”, sua contraditória I – “Algum livro é mau” é verdadeira. É impossível conceber a falsidade de ambas.
(Fonte: Lógica, Derly de Azevedo Chaves).
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